terça-feira, 1 de março de 2011

Diálogos VI

No mesmo banco, na mesma praça...

Ele: Cara, qual o seu problema?

(eu sinto o cheiro da indgnação)

Eu: Oi? Bom dia pra você também.

Ele: Não, sério...Qual o seu problema?

Eu: O que eu fiz dessa vez?

Ele: Você sabe muito bem o que fez, pare de ser sonso.

Eu sei o que eu fiz, mas podia ser qualquer outra coisa não é?

Ele: Você tá fazendo merda novamente.

Eu: Eu sei o que eu tou fazendo.

Ele: Não, você não sabe. Ela é Má!

Eu: Que? Isso não é um filme, você sabe disso, né?

Ele: Você já se fodeu várias vezes, porque fica voltando nisso?

Eu: Eu tenho tudo sobre controle.

Ele: Não, você não tem porra nenhuma sobre controle.

Eu começo a me assustar com a forma como Ele grita, parece que realmente isso vai mudar algo.

Eu: Não cara, é sério! Eu tenho tudo sobre controle, eu estou bem.

Ele: Não, você está se enganando mais uma vez! Está criando espectativas mais uma vez, está vivendo na merda do seu mundo esquizofrênico onde você espera que no fim tudo dê certo e que você fique com a cheerleader porque é assim que aconteceu nos seus filmes pastiches feitos nos anos 80.

Eu: Será que eu não fiquei frio o suficiente?

Ele: Não cara, você sempre vai ser assim.

Eu: Assim como?

Ele: Você gosta de musicais, você é o tipo de cara que acha que uma música pode mudar tudo, você manda flores, chama pra jantar, paga a conta, toda essa merda enlatada que você engoliu nos últimos 22 anos.

Eu: As coisas não podem ter mudado? Eu não posso ter mudado? Ela não pode ter mudado?

Ele: Não estamos nos anos 80, sua vida não possui script, quando você usa uma "punchline" não deixa as coisas épicas, na vida não tem trilha sonora e muito menos o diretor dessa merda é o John Hughes.

Eu: Eu acho que minha vida parece mais algo feito pelo Marc Webb

Ele: Cara, faça um favor a si mesmo e pare, de uma vez por todas, de criar esperanças sobre algo que NUNCA, NUNCA vai acontecer.

Ele se levanta e vai embora, mas quando chega perto da porta ele olha pra trás.

Ele: Sua vida não é um filme do Marc Webb, lá o rapaz consegue mudar de estação e você meu amigo...Continua preso no mesmo verão de sempre.

Não estávamos em uma praça, estava eu esperando que minha aula começasse naquela sala vazia que insistia em fazer 16º enquanto todo o resto da cidade chegava a seus 30º, eu queria dormir agora e acordar apenas na quarta-feira de cinzas. Sim, eu queria.

Um comentário:

Juliana D. disse...

Ele tem razão...Quer dizer, acho que esse é o nome dele, néam? mas precisa ser tão grosso?? aushuahsu
Ahhhh, se os homens tivessem tpm....