domingo, 14 de agosto de 2011

Eu sou mais uma comemoração do Jack

- Fazer o que hoje?
- Vou pro cinema com meu pai.
- Sério? Que legal.
- Legal porque?
- Vocês voltaram a se falar e tal.
- A gente não voltou a se falar.
- E como vocês vão pro cinema juntos?
- Eu vou só.
- Então porque disse que ia com ele?
- Vou com o que ele sempre representou pra mim, uma cadeira vazia.

Feliz Dia dos Pais!

domingo, 20 de março de 2011

Diálogos VIII

Naquele mesmo bar do outro dia, só que está um pouco mais quente que o habitual e eu estou usando uma camiseta de manga longa, o que é estúpido nessa época do ano.

Eu: acho que vou nessa

Ele: típico

Eu: O que? tá chato.

Ele: com você talvez uma festa de pijamas na mansão playboy vai ser chato.

Eu: não é pra tanto.

Ele: imagina, duas coelhinhas da playboy com aqueles pijamas que ninguém usa porque não possui aqueles corpos te chamando para uma "sexy hot tube time machine" ?

Eu: Duas? Não me garantiria, tenho que usar todas as forças pra uma! imagina duas?

Ele: sério, você tem problemas.

Eu: Vou pra casa...

Ele: Não, eu quero ficar mais.

Eu: Mas eu não quero.

Ele: Você tem que ficar, cara! Vou te ensinar como se vive.

Eu: Você?

Ele: Sim, eu.

Eu: Brigado, vou pra casa.

Ele: Não, não! É sério, eu posso te mostrar quais são os alvos fáceis desse lugar.

Eu: Alvo fácil? Sabe um alvo que eu gostaria de atingir?

Ele: Pronto, é disso que eu tou falando.

Eu: 3 "Double KO" na XboxLive.

Ele: Pare com isso, é um sábado. Isso é mais deprimente do que tomar um antidepressivo, ligar um filme pornô e tentar acabar antes que o efeito chegue.

Eu: Geez, você já fez isso né?

Ele: Nunca, eu tenho cara de quem precisa disso?

Eu: Porque mentir?

Ele: Uma vez, minha namorada ia passar o fim-de-semana comigo...Mas ele teve que viajar com os pais...Eu tava só...Entediado.

Eu: Eu nem estou te julgando cara.

Eu: Ok ok, vou me despedir do pessoal.

Ele ainda insistiu que eu deveria ficar mais um tempo mas minha vontade de ficar enclausurado no meu quarto era maior, próximo fim-de-semana é o que eu vou fazer: Ficar em casa e destruir aqueles malditos italianos que insistem em jogar com seu sotaque de Corleone.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Contos Niilistas - Te enganei, é só mais um diálogo.

- Não é você.
- Bla bla bla "sou eu" não teria algo melhor? Seja sincera.
- Não, realmente sou eu.
- É?
- É! O problema sou eu, Eu não gosto mais de você.
- Você soou meio...
- Sincera?
- Filha da Puta

And that's what she said.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Diálogos VII

Ás vezes eu tenho a impressão que eu estou vivendo a vida de outra pessoa.

Ele: Sexta feira hein?

Eu: Festa Duro!

A conversa tem a mesma animação da minha tia que sofre de catatonia e que não consegue se levantar pra ir ao banheiro, ela usa uma sonda faz uns sete anos, isso aconteceu depois que seu marido morreu se suicidando usando uma serra elétrica daquelas de cortar madeira, mas isso é uma outra história.

Ele: Seja honesto...

Eu: Party Hard!

Ele: É sério, eu só quero saber como você tá...

Eu: porque se preocupa comigo né?

Ele: Não, porque sua miséria torna minha vida bem melhor...É como estar gripado e encontrar alguém com falência nos pulmões.

Eu: Essa pessoa estaria morrendo ou morta e não poderia te falar nada.

Ele: Eu sei, é daí que vem o sentimento. Ele perdeu, eu não.

Eu: Sua sensibilidade ás vezes me corrói.

Ele: Mas me conta, e Ela?

Eu: Você estava certo.

Sarcasmo é algo que é muito legal de ser usado, mas quando usam conosco parece tão bem aplicado como um chute no saco.

Ele: Espera, eu tava certo? Eu ouvi direito?

Eu: Você estava certo. (eu repito só pra poder sentir mais raiva)

Ele: Eu mereço um ramalhete não? Ah, não...Eu falei o ÓBVIO! Não foi nada genial.

Eu: Eu costumo querer ter relacionamentos com quem eu faço sexo.

Ele: Se você fosse em um bordel você se casaria com a puta-madre?

Eu: Não, é diferente.

Ele: porque você sabe no que tá se metendo e não cria falsas esperanças.

Eu: não, porque eu não vou em bordéis.

Ele: Você faz isso pra me irritar...

Eu: Ela voltou com o ex-namorado.

Ele: Ela te falou isso?

Eu: Não.

Ele: E como você fez pra saber disso?

Eu: Bem...eu perguntei como tinha sido o carnaval e ela disse : "Hmm...Foi bommm"

Ele: E o que tem a ver?

Eu: Ela fez sexo, MUITO SEXO.

Ele: você soube dessa forma?

Eu: Ela poderia ter dito que "Foi Legal" ou até mesmo "Muito Foda!" só que quando se enfatiza no "Bom" é porque sei lá, ela teve um encontro com o próprio Long Dong silver.

Ele: Nossa, você tem problemas.

Eu: Não, é sério.

Ele: Bem...Ou ela é má, sem emoção, um ser humano miserável ou...Um robô.

Eu: Talvez um andróide...

Ele: Tipo uma T1000 programada pra destruir seu coração.

Eu: Não seria a T-X?

Ele: Não, aquele filme é muito ruim e não é mais canônico.

Eu: Ok então, um T-1000 programado para destruir meu coração...

Ele: É uma boa, né? Parece Plot de filme dos 80's.

Eu: Uma mistura de "Mulher Nota-Mil", "Namorada de Aluguel" e "Exterminador do Futuro".

Ele: Isso é Épico.

Ficamos conversando de como essa trama imbecil daria uma ótima sessão da tarde, estamos pensando em fazer um curta.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Contos Niilistas - Feux

Eu acordo e olho pra o teto do meu quarto, o branco do forro é sempre enaltecido porque eu acho que tem uma telha quebrada e daí logo pela manhã entra luz bem em cima da minha cabeça deixando mais forte.

Lembro que uma das maiores dificuldades quando guri foi entender a cor Branco, nunca entendi porque se eu juntasse todas as minhas massas de modelar daria "preto"(dava uma cor de escremento na verdade), se unisse todas as minhas tintas de pintar dava preto, todos os hidrocores dava preto e minha professora insistia em dizer que o preto era ausência de cor e o branco a união delas. Por causa da luz e tudo mais.

Sempre é complicado quando a teoria te confunde com a prática.

Hoje eu acabo tendo o mesmo dilema.

Eu sei porque eu tenho que comer, inanição mata.

Mas ultimamente eu vejo o ato de socializar como um trauma psicológico que pode ser tratado, exílio nunca me pareceu uma resposta tão bela como ultimamente.

É o mesmo dilema da cor branca, por mais que minha professora me diga que todas as luzes unidas formem o branco, minha experiência com cores me diziam que elas formavam o negro.

Por mais que me digam que eu preciso de pessoas ao meu redor, carinho e tudo isso para sobreviver, minhas experiências com essas coisas me mostram o contrário.

- Se eu fosse jovem, eu fugiria dessa cidade e enterraria meus sonhos há sete palmos, eu beberia até a morte.

- Mas você é jovem.

- Vamos, beber até a morte.



sábado, 5 de março de 2011

Contos Niilistas - Meu primeiro conto minimalista

Ontem eu joguei fora meu coração;
Talvez hoje eu tenha entendido;
Ele parecia uma pedra pomes, aquelas sabe...de passar no pé;
Eu ri e entendi como tudo funcionava;
Não vou negar, esse buraco é muito mais confortável;
As cores estavam mais belas e sorrisos também;
Eu acho que ele faz isso em mim porque você pensa: "o que será que vai enchê-lo?" Te dá esperanças;

terça-feira, 1 de março de 2011

Diálogos VI

No mesmo banco, na mesma praça...

Ele: Cara, qual o seu problema?

(eu sinto o cheiro da indgnação)

Eu: Oi? Bom dia pra você também.

Ele: Não, sério...Qual o seu problema?

Eu: O que eu fiz dessa vez?

Ele: Você sabe muito bem o que fez, pare de ser sonso.

Eu sei o que eu fiz, mas podia ser qualquer outra coisa não é?

Ele: Você tá fazendo merda novamente.

Eu: Eu sei o que eu tou fazendo.

Ele: Não, você não sabe. Ela é Má!

Eu: Que? Isso não é um filme, você sabe disso, né?

Ele: Você já se fodeu várias vezes, porque fica voltando nisso?

Eu: Eu tenho tudo sobre controle.

Ele: Não, você não tem porra nenhuma sobre controle.

Eu começo a me assustar com a forma como Ele grita, parece que realmente isso vai mudar algo.

Eu: Não cara, é sério! Eu tenho tudo sobre controle, eu estou bem.

Ele: Não, você está se enganando mais uma vez! Está criando espectativas mais uma vez, está vivendo na merda do seu mundo esquizofrênico onde você espera que no fim tudo dê certo e que você fique com a cheerleader porque é assim que aconteceu nos seus filmes pastiches feitos nos anos 80.

Eu: Será que eu não fiquei frio o suficiente?

Ele: Não cara, você sempre vai ser assim.

Eu: Assim como?

Ele: Você gosta de musicais, você é o tipo de cara que acha que uma música pode mudar tudo, você manda flores, chama pra jantar, paga a conta, toda essa merda enlatada que você engoliu nos últimos 22 anos.

Eu: As coisas não podem ter mudado? Eu não posso ter mudado? Ela não pode ter mudado?

Ele: Não estamos nos anos 80, sua vida não possui script, quando você usa uma "punchline" não deixa as coisas épicas, na vida não tem trilha sonora e muito menos o diretor dessa merda é o John Hughes.

Eu: Eu acho que minha vida parece mais algo feito pelo Marc Webb

Ele: Cara, faça um favor a si mesmo e pare, de uma vez por todas, de criar esperanças sobre algo que NUNCA, NUNCA vai acontecer.

Ele se levanta e vai embora, mas quando chega perto da porta ele olha pra trás.

Ele: Sua vida não é um filme do Marc Webb, lá o rapaz consegue mudar de estação e você meu amigo...Continua preso no mesmo verão de sempre.

Não estávamos em uma praça, estava eu esperando que minha aula começasse naquela sala vazia que insistia em fazer 16º enquanto todo o resto da cidade chegava a seus 30º, eu queria dormir agora e acordar apenas na quarta-feira de cinzas. Sim, eu queria.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Contos Niilistas : Lullabies to Paralyze

E mais uma vez meu dia é estragado pelo simples fato de que eu abro os olhos de manhã e vejo o quão desnecessário se faz me levantar.

Quantas pessoas se levantam roboticamente todos os dias para a labuta? Quantos realmente se sentem motivados a isso? Nós possuímos um Modus Operandi, é tipo um cachorro que corre atrás de um carteiro sem saber porque (nem mesmo sabem que eles são os mensageiros das contas pra pagar no fim do mês), nossos carteiros são cifrões que nem nos fazem viver, é mais como sobrevivência, nós nem conseguimos aproveitar de forma substancial.

É nesse momento, quando eu olho para o teto branco do meu quarto, depois de mais uma noite mal dormida que eu percebo que seria muito mais intenso se eu ficasse deitado, ficasse no meu mundo, naquele que eu construo com sinapses mais veloses do que carros da NASCAR, sem Freddy Krueger pra me encher, sem pessoas pra me socializar.

Soa pretencioso. É pretencioso.


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Diálogos V

Se houvesse um Ranking das frases mais estúpidas para motivar alguém "Ela tá chapada, não vai nem lembrar" estaria lutando muito pelo primeiro lugar contra "Eu prometo que vai ser legal".

No carro, voltando pra casa quando mais uma vez eu preferi cama quente e lençois limpos do que socializar.

Ele: Você tá triste?

Eu: Não, tou bem.

Ele: Ah vá, eu te conheço e não é de hoje.

Eu: Nada cara, eu tou bem.

Ele: Olha...Não se mente...

Eu: Não tou mentindo, ok? Só que essa história de conversar nunca faz você se sentir melhor.

Ele: Eu sei, por isso que eu odeio psicólogos...

Eu: Mas...

Ele: Com seus consultórios e suas placas escrito "Dr."

Eu: É porque...

Ele: Nem médicos são "Dr." de verdade, psicócolos nem podem passar remédios...Estão muito abaixo na hierarquia...

(As vezes ele tem o mesmo problema que eu...Ele tem todos os problemas que Eu possuo.)

Eu: Você quer me ouvir ou vai falar do que você odeia?

Ele: Ok ok, fala.

Eu: Sabe, eu falo muito...

Ele: Demais até...

Eu: ...Pra esconder que na real eu não queria falar nada, eu simplesmente fico nervoso.

(e mais uma vez Ele faz sua cara de psicanalista freudiano que vai dizer que eu queria fazer sexo com um pneu de carro.)

Ele: Então calma, você fala muito porque você queria ficar calado?

Eu: Soa estranho, né?

Ele: Isso é retardado.

Eu: Eu falo muito porque eu quero externalizar um "Eu" feliz, saca?

Ele: Agora eu tou ficando deprimido...

Eu: Eu disse que não queria falar.

Ele: Não, ok eu pedi né? Mereço.

Eu: Então, daí saí com Ela...

Ele: Eu sabia que a porra da tua depressão se dava por causa de alguma guria.

Eu: Não tou deprimido, eu SOU deprimido...É diferente.

Ele: Pra mim é a mesma coisa, falta do que fazer...

Eu: Não é um momento, é uma constante.

Começa a cair uma neblina e o assunto se perde. Sinceramente? Não quero pensar em nenhum motivo que me deixa deprimido, talvez seja uma forma passiva de expurgar ou apenas um paleativo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Contos Niilistas : Eu Encontrei Jesus

Alguém: E aí que ela te deixou?
Eu: É...
Alguém: E como você está?
Eu: Eu encontrei Jesus, cara.
Alguém: Você virou crente?

Eu: Não, eu estava voltando pra casa e quando virei a esquina encontrei Jesus, ele é um mendigo que mora do lado direito da Igreja, vive bêbado... Tinha um grupo de crianças brincando do lado sabe, andando de bicicleta e ele disse "Vinde a mim as criancinhas".

Alguém: E isso de alguma forma mudou você?

Eu: Não! Eu chamei a polícia, isso é mó papo de pedófilo.

Alguém: e o que isso tem a ver com o que começamos a conversar?

Eu: Enquanto a polícia espancava ele eu percebi nos seus olhos semi-abertos a felicidade que aquele homem que não tomava banho a no mínimo uns 22 dias sentia, não era porque hoje ele tinha comido, não era porque a Josefa, mendiga que mora na praça ás vezes fazia sexo oral nele, era porque ele estava tão bêbado que não sentia dor.

Alguém: Isso é doentio, não sei onde você quer chegar.

Eu: Que eu tenho que voltar a beber, a vida é bem mais fácil de se tragar quando se está inconsciente.




domingo, 6 de fevereiro de 2011

Diálogos IV

Encostado no carro em uma atípica noite em que não está tão quente quanto o normal, enquanto eu bocejo porque o tédio me consome (e talvez minha cama fosse mais interessante do que simplesmente ficar na frente de um bar encostado em um carro ouvindo as mesmas músicas de sempre como garotos perdidos na década de 90) Ele faz um baseado e reclama porque mais parece um pastel.

Eu: É sério que tu tá fazendo isso aqui?

Ele: E você quer que eu faça onde?

Eu: Não no meio da rua? Você sabe que isso é ilegal né?

Ele: Desculpa pai, eu não queria que você ficasse desapontado nunca mais vou usar nada, nem beber alcool eu irei.

Essa ironias que Ele usa realmente me deixa puto, só que ás vezes elas são muito boas e me sinto mal por deixar um talento como esse ser esmagado pelo meu mal-humor.

Eu: Tá certo, continua. Se a polícia passar eu serei fichado de qualquer forma.

Ele: Muito obrigado pelo companheirismo.

Eu: Eu tenho alguma escolha?

Ele: Não, infelizmente não.

Eu: E aí o que me conta de novo?

Ele: Nada demais, daqui a uns 15 minutos eu vou estar 1,5% mais imbecil e você?

Ele acende o cigarro e eu começo a me encomodar, tenho rinite.

Eu: Tem como virar essa coisa pra lá?

Ele: Ué, você não quer?

Eu: Não, brigado.

Ele: Tanto faz, sobra mais pra mim...Mas conta, como andam as coisas?

Eu: Normais, entediantes como sempre - um momento niilista da minha vida.

Ele: Você ainda tá saindo com aquela guria lá?

Eu: Quem?

Ele: São tantas assim? Não sabia que eu estava falando com um pegador.

Eu: Falar "Quem?" é automático, acho que meu charme se equipara ao do Woody Allen, ou seja, meu futuro é me casar com minha enteada vietnamita.

Ele: Ela não é chinesa?

Eu: Não lembro, mas eu gosto do vietnã, no meu mundo ela é vietnamita.

Ele: Ok ok, na sua rua ela pode vir de qualquer lugar, continue a história antes que eu fique lento demais pra prestar atenção.

Eu: Não estamos mais juntos, quer dizer, nunca ouve um "Nós".

Ele: Mas você queria um "Nós" não é?

Eu: Queria, óbvio.

Ele: E por isso acabou? Nossa cara, você é tão clichê.

Eu: Não, calma...Não foi por ESSE motivo específico.

Ele: E foi porque? Vocês sempre combinaram...

Eu: Sempre combinamos né? Gostamos das mesmas bandas, mesmos filmes até gostamos de músicas ruins e obscuras da década de 80...

Ele: Garoto apaixonado, pare de falar merda e diga logo porque não deu certo.

Eu: Eu cansei.

Ele: Dela?

Eu: Não, cansei de ser o "Garoto-Me-Desculpa".

Ele: Eu sei que eu já estou lento mas, pode me explicar porque eu não consigo fazer um sintal de interrogação no meu rosto.

Eu: Eu sempre fui tratado como um erro para ela, ela enchia a cara e a gente se pegava, no outro dia tinha o que? "Desculpa, foi sem querer". Ela bebia e a gente dormia, no outro dia tinha o que? "Desculpa, eu me excedi" - Foda-se.

Ele: Hmm, gostei disso...Atitude.

Eu: O problema é que eu sempre voltava.

Ele: E o que você fez para parar?

Eu: Parei de voltar, ué.

Ele: Tão simples.

Eu: Não sou um brinquedo pra se usar e jogar fora.

Ele: Tava demorando pra começar os sentimentalismos...

Eu: Não é sentimentalismo, é a verdade.

Ele: Claro claro, ela usava os poderes mutantes de Jean Grey para controlar sua mente com uma ubber-libido matadora e te usava inúmeras vezes para se sentir melhor com seu ego enquanto o probre garoto se iludia com o maldito amor.

Eu: É como eu digo: "Uma vez é acidente, duas é coincidência mas três é ação do inimigo."

Ele: Isso é seu? Eu tenho a ligeira impressão que já vi isso em algum lugar.

Eu: Impressão sua, deve ser o efeito aí.

Ele: Nem duvido.

Eu: Hey, bora comer? Bateu uma larica.

Ele: Né? Em mim também, nem sei porque.

Nem era tão tarde, ninguém entendeu porque eu queria ir pra casa me trancar no meu quarto e esperar que houvesse algo na internet que eu não tivesse lido, nem eu entendia. Eu tava preferindo minha cama do que qualquer tipo de socialização, no meio do caminho fomos comer naquela lanchonete que não é tão limpa quanto eu desejaria que fosse, a garçonete do sorriso bonito não estava lá, mas eu acho que ultimamente tenho vindo aqui pelos molhos, descobri que ela tem uma aliança na mão esquerda.


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Diálogos III

Naquela lanchonete que não é limpa tanto o quanto você gostaria mas que aquela garçonete bonitinha sempre faz você voltar.

Ele: Faz um tempo que a gente não troca uma idéia, né?

Eu: É verdade, faz mó cara.

Ele: "Mó cara"? Seu vocabulário decaiu dessa forma?

Eu: Tava demorando a você encher meu saco...

Ele: Não é encher seu saco, é simplesmente a verdade.

Eu: Tá tá tá, deixa pra lá...Olha, tava pensando em uma coisa.

Ele: Lá vem mais uma teoria que prova que você é "looser" e que deviamos ter pena de você?

Eu: Hey, eu nunca quis pena!

Ele: Ok ok, corta o momento de auto-preservação e fala logo o que você quer falar.

Eu: Sabe, eu sempre pensei que conquista uma garota fosse como um jogo de tabuleiro.

Ele: Eu sei que eu vou me arrepender MUITO por isso mas...Me conte.

Nesse momento a gente pede o sanduíche, infelizmente a garçonete bonitinha foi atender a outra mesa, um casal (e eu acho que a garota bebeu um pouco demais), no lugar dela uma mulher de seus 24 anos e rostinho de 32 veio nos atender, eu fico feliz por ver que ela está sorrindo ao atender alguém que mais parece falar sozinho.

Eu: Você quer mesmo saber?

Ele: Cara, eu tenho por acaso outra opção?

Eu: Não.

Ele: Conte, você é minha carona mesmo.

Eu: Eu sempre pensei que a jornada de conquistar uma guria era baseada mais ou menos em algo como aqueles games em que você joga o dado e daí tem uma missão, Sabe?

Ele: Não?

Eu: Você joga o dado e aparece "ande três casas", "volte duas" saca?

Ele: Ah, sei sim qual é, mas o que seria o jogar de dados?

Eu: Então, eu pensava que eram atos.

Ele: Como assim? meio "cavalheiro"?

Eu: é, mais ou menos, você ia deixar ela em casa e por isso ganhava mais pontos.

Ele: Você tinha o que, 7 anos?

Eu: Pra ser sincero eu acreditava nisso até pouco tempo.

Ele: Nossa, são nesses momentos que eu penso que talvez você tenha algum tipo de retardo mental, quantos anos você tem, 22?

Eu: 21, acho que você deveria saber disso...Deixa pra lá, posso continuar.

Ele: Go Get Them, Tiger.

Eu: Eu me lembro muito bem quando tinha uns 13 anos, eu tinha uma apaixonite por uma garota e ia deixar ela em casa, aquela velha esperança de que ela iria me achar legal e me dar um beijinho quando eu fosse embora.

Ele: Isso é culpa dos filmes dos anos 80.

Eu: Eles te fazem pensar que segurar um rádio na janela de uma garota tocando Peter Gabriel vai fazer ela gostar de você.

Ele: Maldito John Hughes.

Eu: Cameron Crowe que fez esse.

Ele: John Hughes continua sendo um maldito.

Eu: Eu gosto dos filmes dele.

Ele: Claro que gosta, você é uma menininha de 13 anos apaixonada.

Eu: Pois bem...

Ele: Sim sim, continue...

Eu: Eu acreditava que fazendo algo, sei lá, acho que eu ainda cortejo a guria.

Ele: Corteja? Nossa, você tá onde? Século XVII?

Eu: Ah, desculpa Zé Mayer.

Ele: Não é assim também, a vida não é fácil.

Eu: Eu sei.

Finalmente nossa comida chega, minha comida na verdade, ele resolveu não pedir comida e sugar do meu, dessa vez a garçonete bonitinha veio nos servir, ela sorriu mas não porque eu sou especial ou algo, ela sorriu porque me fazer pensar que ela está feliz faz parte do trabalho dela, pra completar eu vi que existe uma aliança na sua mão esquerda, a única coisa que consegui pensar foi : "Droga, malditos matrimônios".

Ele: Sabe o que eu acho?

Eu: Eu acho que você deveria não comer minha batata e pedir uma pra você.

Ele: É sério, você deveria ter uma "Fuck Friend".

Eu: Quem? Uma ex?

Ele: É, uma boa idéia.

Eu: Não, nunca é uma boa idéia.

Ele: Por que? Eu acharia I-R-A-D-O.

Eu: "Mó cara" é proibido, mas achar algo "irado" é legal né?

Ele: Ué, é normal! "Mó Cara" parece roteiro ruim de malhação.

Eu: Existe algum bom?

Ele: Tanto quanto filme do Harrison Ford sem que ele corra.

Eu: Tem aquele filme com a Michelle Pfeifer.

Ele: Eu tenho quase certeza que tem uma hora que ele dá uma corridinha.

Eu: Cala a boca.

Comemos e fomos embora, eu sempre sinto umas saudades das conversas com Ele, mas daí quando eu tenho uma eu sempre me lembro porque nunca volto, é como ir a igreja aos domingos.